Localizado a 28 quilômetros do centro de Brasília, o Assentamento 15 de Agosto produz e entrega 10 toneladas de alimentos por semana para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Governo Federal, para escolas de São Sebastião, distante 6 quilômetros, e de Santa Maria, distante 39 quilômetros, ambas no Distrito Federal.

     O Acampamento 15 de Agosto recebeu a visita da diretora técnica da ANATER, Loroana Santana, do gerente de contratos e credenciamento, Caramuru Paiva, do coordenador de Desenvolvimento Agrário no DF, Lukas Nunes, da Subsecretária de Mulheres Rurais, Viviana Bezerra de Mesquita e da Superintendente Nacional do Desenvolvimento Agrário do MDA, Patrícia Apolinário.

     A diretora técnica reafirmou o compromisso do Governo Federal, através do MDA e da ANATER, de dialogar com os agricultores e agricultoras familiares para a construção, aprimoramento e implantação das políticas públicas e a proximidade com eles e as entidades parceiras para maior efetividades nos programas.

     Agora, 46 das 54 famílias que moram e produzem no Assentamento, chefiadas por mulheres, vão participar do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER – Mulheres Rurais, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), gerido pela ANATER e executado no Assentamento pela entidade parceira Legaliza.

     Michelly Ornelas de Matos, líder do Assentamento desde o acampamento, comemora a seleção das agricultoras familiares assentadas para participar do ATER Mulheres Rurais e a retomada das políticas do Governo Federal para a agricultura familiar. “É a primeira vez que o Assentamento vai receber políticas públicas de um Governo comprometido com a agricultura familiar. É tanto edital, tanta chamada para participar. Agora vamos ficar ainda melhores”. As famílias querem receber assessoria nas áreas de arquitetura para melhorar a infraestrutura do Assentamento, e em direitos humanos e equidade de gênero.

     Andreia Siqueira, extensionista da Legaliza, lembra o entusiasmo da Michelly, no período de seleção para o ATER Mulheres. “Michelly foi a primeira a mandar mensagem dizendo que queria que todas as mulheres do Assentamento participassem do Programa. O que ela quer para ela, quer para todas”.

     As 54 parcelas do Assentamento são cultivadas por agricultoras e agricultores familiares que iniciaram sua produção em 2015, após alguns anos de resistência para conquistar o pedaço de terra pública, disputada com grileiros. O Assentamento foi titulado pelo então governador do Distrito Federal Agnelo Queiróz.

     Uma das dificuldades atuais é o transporte da produção, que custa R$ 20 mil mensais. Para superar isso, pretendem recuperar o transporte que era fornecido pelo Governo do Distrito Federal e conseguir um veículo próprio, com recursos federais.